Uma rede de apoio mútuo aos mais frágeis
Mais do que uma rede somos uma família, grande e cheia de tesouros. Conhecer esta família que se espalha, em Portugal, por todo o país, mas que está também na Europa e no mundo, é um desafio. Reforçar a dimensão da Identidade Cáritas é uma preocupação que levou à organização do Encontro Nacional de Cáritas/Grupos Paroquiais, em Fátima, juntando cerca de 250 pessoas de norte a sul, incluindo das regiões autónomas.
Este encontro enquadrou-se no Plano Estratégico 2021-2023 da Cáritas em Portugal, concretamente na Prioridade Estratégica 1 – A Identidade – Cáritas, o Coração da Igreja no Mundo – que responde à necessidade de encontrar uma maior expressão e reconhecimento nas comunidades cristãs.
O trabalho dos voluntários que estão diariamente nas comunidades locais é essencial para a concretização da Missão da Cáritas: “A proximidade foi a palavra de ordem do Encontro das Cáritas/Grupos paroquiais. Se é verdade que no mundo dos afetos a presença não é o garante da confiança e da confirmação, para conhecer e agir sobre as situações de pobreza e de vulnerabilidade é cada vez mais óbvio que o mais eficiente é garantir a proximidade. A existência de grupos de apoio social nas paróquias contribui para que a paróquia seja o radar das vulnerabilidades e a principal ferramenta para as diferentes situações de carência, sobretudo quando em emergência. Conhecer as situações dos mais frágeis, colaborar para encontrar soluções, encaminhar e acompanhar as pessoas tem um valor na proximidade que não tem na distância.” sublinha Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa.
Por isto mesmo este encontro revestiu-se de uma importância extraordinária para todos, particularmente, para que todos se sintam parte desta “família grande e extraordinária”, como lhe chamou Maria Nyman, Secretária-Geral da Cáritas Europa, numa mensagem de vídeo enviada para os participantes e onde sublinhou ainda que “o trabalho e o empenho incansáveis a nível nacional, diocesano e paroquial fazem da Cáritas um dos principais atores humanitários e sociais.”
Para os mais de 200 voluntários que participaram no encontro esta foi a oportunidade, para alguns a primeira, de se sentirem parte desta rede e de compreender a sua abrangência e o impacto global que resulta a partir do seu trabalho local. Sem a atividade local desenvolvida nas comunidades, seria inviável a solicitude com todas as pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade que se tornariam “invisíveis” em muitos situações, contextos e mesmo no momento das tomadas de decisão.
O trabalho em rede é característica da Cáritas e é isso que lhe dá a capacidade de conhecer o território e as suas fragilidades e trabalhar em conjunto para responder ao desafio do Papa Francisco de sermos, “Sonhemos como uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos.” (Carta Enciclica Fratelli Tutti, 2020, nº8)