Moçambique: Cáritas visita projetos no terreno
A Cáritas Portuguesa encontra-se neste momento em Moçambique, numa deslocação no âmbito do projeto “Assegurar: meios de vida para as famílias do reassentamento de Mandruzi”, financiado pelo Camões- Instituto da Cooperação e da Língua e que tem como parceiros a Cáritas Diocesana da Beira e a Oikos.
Este projeto decorre no reassentamento de Mandruzi, município do Dondo, província de Sofala. Apoia 270 famílias com a capacitação agrícola, garantindo a segurança alimentar, e 24 famílias beneficiaram ainda da construção de latrinas melhoradas, contribuindo para a higiene e saneamento, evitando assim a propagação de doenças. Será ainda construído um mercado convencional, onde as famílias possam escoar o seu produto e ter um rendimento adicional, que permite a aquisição de outros bens necessários.
Esta deslocação a Moçambique tem como objetivo a monitorização e acompanhamento destas atividades, mas também promover o contacto de proximidade e diálogo principalmente com as famílias beneficiárias, de modo a perceber o impacto deste projeto no seu dia-a-dia.
Junto com a Cáritas Diocesana da Beira, parceiro local responsável pela implementação do projeto, houve a possibilidade de reunir com a Administradora do Município do Dondo, Maria Bernardete Cipriano Roque. Conversou-se sobre a realidade do reassentamento, e sobre as necessidades que ainda se fazem sentir, como serviços básicos, nomeadamente de saúde. As necessidades do bairro têm sido respondidas consoante as prioridades. Inicialmente, a Cáritas Diocesana da Beira, com apoio da Cáritas da Áustria, construiu casas para as famílias. Também outras organizações construíram casas no bairro. Com o projeto Assegurar, foi possível melhorar a qualidade de vida das famílias ao melhorar o saneamento com a construção de latrinas. No entanto, importa salientar que existem ainda famílias no reassentamento sem acesso a latrinas adequadas. Também a distribuição de sementes e capacitação sobre técnicas agrícolas veio contornar a insegurança alimentar vivida na zona, consequência do fenómeno El Niño. As famílias adquiriram, tanto com o apoio prático dos técnicos da Cáritas da Beira, como da formação facilitada pela Oikos, o outro parceiro neste projeto, novas técnicas e métodos sustentáveis de produção agrícola, inclusive adubagem e pesticida orgânicos. Um outro problema identificado é a necessidade de reduzir as enchentes de água quando há tempestades, e abastecer quando há escassez.
Para a Administradora do Município do Dondo, Maria Bernardete Cipriano Roque, sublinha o reconhecimento do governo e da população pelo trabalho realizado, especialmente, pela complementaridade das ações, já que diferentes instituições têm outro tipo de resposta em Mandruzi.
Durante os próximos dias a haverá a oportunidade de dialogar com as famílias e com o administrador do Bairro de Mandruzi, para perceber os impactos sentidos por estes, e ainda reunir presencialmente com os restantes parceiros do projeto, Cáritas Diocesana da Beira e Oikos, para discussão do observado e dos próximos passos.