Conclusões do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa
No 60º aniversário da Cáritas em Portugal, reuniu-se, em Fátima, nos dias 19 e 20 de novembro, o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, no qual participaram dezanove das vinte Cáritas Diocesanas que o constituem.
Durante a sessão de abertura, D. José Traquina, membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana responsável pela Cáritas, destacou a importância da caridade e do amor na missão que a Cáritas desempenha, de um amor que “[…] é Cáritas, um Amor que não é deste mundo, mas está neste mundo e nos anima e envolve em projetos de ajuda e desenvolvimento, a pensar nas pessoas mais necessitadas, de perto e de longe”, reforçando a importância deste Conselho que permite “refletir em conjunto a missão da Cáritas como missão da Igreja que a todos é confiada. Ouvir, aprofundar, refletir, observar, avaliar e tomar decisões com discernimento”.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, lembrou o final do Ano Santo da Misericórdia, que coincidiu com este Conselho, referindo que “a Misericórdia não termina com o fechar da porta santa, pois nós ficamos responsáveis por ter sempre a mão no trinco de cada porta dos centros de acolhimento de cada Cáritas ou grupo que integramos e, sobretudo da abertura dos nossos corações daqui para a frente”.
O Conselho Geral saudou a nova direção da Cáritas Diocesana de Setúbal e da Guarda, na pessoa dos seus presidentes e a nomeação do novo Bispo da Diocese de Beja, D. João Marcos. A D. António Vitalino, o Conselho deixou uma referência de agradecimento pela dedicação que sempre prestou ao trabalho da Cáritas em Portugal e, particularmente, na sua diocese.
Começaram por ser apresentados os resultados da campanha “Cáritas Ajuda as Vítimas dos Incêndios em Portugal”, na qual foram angariados 311.856,67€, destinados a apoiar projetos de reconstrução/reabilitação de habitações de pessoas em situação de pobreza e de recuperação dos meios de sobrevivência.
Ainda no âmbito dos incêndios, o Conselho deixou uma nota para a importância da intervenção da Cáritas ao nível da prevenção, de forma a que não se repita anualmente este flagelo.
O Conselho aprovou, por unanimidade, o Plano Estratégico da Cáritas em Portugal – “Uma Só Família Humana” – para o período 2017-2020, tendo sido realçada a decisiva colaboração da Universidade Católica Portuguesa, concretamente da Faculdade de Teologia de Lisboa. Foram ainda aprovados o Plano de Atividades e o Orçamento Previsional da Cáritas Portuguesa para 2017.
O Conselho refletiu ainda sobre a estratégia de ação a promover durante a Operação “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz” e a “Semana Nacional Cáritas”, e foi aprovada a continuação do grupo de trabalho para aprofundar as temáticas inerentes à melhoria destas iniciativas.
Seguiu-se a apresentação da proposta de estrutura para o novo website da Cáritas e foi decidido que o grupo de trabalho continuará a acompanhar este processo.
O Conselho aceitou a disponibilidade da Cáritas Diocesana de Lamego para acolher a realização do primeiro Conselho Geral de 2017.
Durante a noite de sábado, as Cáritas Diocesanas dos Açores, de Coimbra e de Setúbal apresentaram projetos de inovação social e de apoio a famílias que implementam nas suas dioceses e que, pelas suas características, poderão vir a ser expandidos pelas dioceses que os vierem a solicitar.
Na manhã de domingo foi apresentado o Relatório da Cáritas em Portugal, que aborda 3 dimensões: quem são as pessoas que estão na Cáritas; quem são as pessoas que procuram a Cáritas e como as servimos; e os recursos financeiros que a Cáritas administra.
Os trabalhos encerraram com a celebração da Luz da Paz, inserida na Eucaristia que se realizou na Basílica da Santíssima Trindade. Foi presidida por D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa.
Porque este magno encontro se realizou após o falecimento de Monsenhor Alexandrino Brochado, um dos pioneiros da criação da Cáritas em Portugal, que durante 55 anos serviu a Cáritas Diocesana do Porto, foi enaltecido o seu exemplo de atenção às famílias em situação de pobreza, proporcionando-lhes cuidados de primeira linha, em comunhão estreita com a Cáritas Portuguesa.
O Conselho enalteceu ainda o cidadão e cristão, Professor Doutor Alfredo Bruto da Costa, que nos deixou um testemunho exemplar de coerência de vida, no que respeita aos valores que defendia e praticava, sendo defensor dos mais pobres e acreditando que um dia viveria num mundo sem pobreza. A melhor gratidão que a Cáritas lhe pode prestar é dar continuidade ao seu legado.