Cáritas em Pedrogão com a população
Uma equipa com cerca de 50 pessoas está neste momento, em Pedrogão a apoiar nas primeiras necessidades das vítimas. Mariana Figueiredo, da Cáritas Diocesana de Coimbra, está à frente desta equipa que quer estar próximo da população afetada,
“Quando aqui cheguei o que mais me impressionou foi ver a serenidade das pessoas”, diz Mariana, a responsável desta equipa no local, “percebia-se que era uma calma vinda do choque”. Mariana conhece bem a região. Trabalha na Pampilhosa, como directora de uma das respostas sociais da Cáritas de Coimbra, “hoje nós olhamos e sentimos o quanto a situação foi assustadora”. O medo ainda não passou. A população está inquieta, é difícil para muitos perceberem que têm de deixar para traz as suas casas, abandonas as suas propriedades, os seus animais. Percebem que poderão nunca mais encontrar aquilo que se deixa para trás, agora, para trás.
“Quem deixou as suas casas saiu sem nada, absolutamente, nada!”
A Cáritas está envolvida na relação e no apoio a todos os que foram vítimas desta destruição. Numa primeira resposta foi realizada uma campanha de recolha de lençóis e atoalhados para distribuir por todos desalojados que estão acomodados em abrigos provisórios. Foi também enviada roupa para criança e adulto e medicamentos específicos para situações de queimaduras e outros de emergência, ligaduras, soro fisiológico, equipamentos de apoio à respiração.
Esta é uma zona do país de agricultura e de pecuária. Há no local muitos animais, rebanhos, para quem está também a ser providenciada ração e abrigo.
A partir daqui o trabalho da Cáritas continuará visitando as populações, logo que seja permitido, fazendo um levantamento das necessidades e dando às pessoas um sinal de esperança. Para além da resposta a necessidades do dia-a-dia, às pessoas que ficaram desalojadas, recuperação de habitações e de estruturas que permitam a recuperação de postos de trabalho é uma prioridade na acção da Cáritas.
Desde sábado à noite, quando iniciou o incêndio até ao dia de hoje houve 64 mortes, 204 feridos, 200 habitações destruídas. Foram, até ao momento, 30 mil hectares de floresta.
Este é o fogo provocou o maior número de vítimas mortais em incêndios florestais na história do país de que há registo. É o 11.º mais mortal no mundo desde 1900.