Cáritas: plano de ajuda para 90 mil desalojados no Congo
A Cáritas nacional da República Democrática do Congo pôs no terreno um plano urgente de assistência humanitária, com o objectivo de prestar apoio aos 90 mil desalojados que se encontram na região de Kivu Norte, no leste do país, onde se reactivou, de forma sangrenta, o conflito interno, entre o exército congolês FARDC (Forças Armadas da República Democrática do Congo) e as milícias do CNDP (Congresso Nacional pela Defesa do Povo).
Este plano conta com a ajuda económica de numerosas Cáritas do mundo inteiro, que responderam ao recente apelo de emergência lançado pela Cáritas Internacionalis.
«Estas acções de emergência constam de distribuição de água e comida aos desalojados, assim como a distribuição de ajuda de bens não perecíveis. Contudo, a execução deste plano, enfrenta numerosos obstáculos, nomeadamente, as precárias condições de segurança em que as equipas da Cáritas têm de desenvolver seu trabalho humanitário em toda a região», informa a Cáritas de Espanha.
Segundo informações enviadas pela Cáritas do Congo, a situação é crítica. Do o ponto de vista humanitário, pode falar-se de catástrofe, devido ao imenso número de novos desalojados na região, cerca de 250 mil pessoas. Os seis campos de desalojados da região chegaram ao limite da sua capacidade, assim como outros quatro assentamentos na área de Goma, que continuam a receber novas vítimas do conflito. No norte, em Beni Butembo, a situação é de tranquilidade, ainda que o número de desalojados aumente, consideravelmente, todos os dias.
Dada a situação de emergência que se verifica na região de Kivu Norte, a Cáritas do Congo viu-se obrigada, nos últimos dias, a dar resposta a mais um fluxo de desalojados na área de Dungu Doruma, na Província Oriental, onde já estava em marcha, com o apoio da Cáritas Espanhola, um programa de assistência humanitária a refugiados, em consequência dos ataques cometidos pela LRA (Exército de Resistência do Senhor) do Uganda. Os últimos combates, registados no fim da semana passado, desenrolaram-se na cidade de Dungu, onde as milícias ugandesas levaram a cabo numerosos actos de roubo e de sequestro de jovens, para serem usados como soldados. A Cáritas congolesa, implementou nesta zona um plano urgente de ajuda para 4 mil refugiados em consequência destesúltimos últimos ataques.
A Cáritas Espanhola encontra-se em Kivu a desenvolver mais dois projectos, em Bukavu, capital do Kivu Sur, levando a cabo um programa de reconstrução, na sequência do terramoto que assolou a região no início do ano. Esta região não foi afectada, até agora, pelo conflito que se vive no norte de Kivu.
Entretanto, em Beni Butembo, em conjunto com o apoio aos planos de ajuda aos desalojados, o JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados), desenvolve um programa de reconstrução de 15 escolas, que neste momento estão a funcionar como centro de acolhimento às vítimas do conflito.
Fonte: Agência Zenit