Actualização de 03 de Fevereiro
O Presidente da Cáritas do Haiti, o Bispo Pierre Dumas, pediu à comunidade internacional para “humanizar a ajuda” aos sobrevenientes do sismo. Numa comunicação feita a partir de Roma, o prelado apelou a uma maior coordenação para que a assistência seja feita de forma célere e eficiente. “…os haitianos não precisam de discursos, precisam de mãos amigas que os ajudem neste momento difícil”, acrescentou.
“Estamos muito contentes com a ajuda que já recebemos de vários países do mundo. Sem este precioso contributo, não teria sido possível prestar auxílio a tantos irmãos e irmãs. Importa agora humanizar esta ajuda, envolvendo os haitianos, dando-lhes um papel activo na superação desta calamidade. A Igreja, as Nações Unidas, as agências e os doadores devem estar conscientes destas realidades” afirmou o Bispo.
Nesta comunicação, o Bispo auxiliar de Port-au-Prince, instou a comunidade internacional a envolver a igreja e instituições Haitianas nas operações de resposta de emergência e reabilitação: “Um mundo desabou e agora temos de construir um novo. Não existe lógica no que aconteceu. A única lógica está relacionada com a forma como reagimos e partilhamos a nossa caridade e solidariedade”.
O Presidente da Cáritas do Haiti abordou, ainda, o papel vital dos militares nas questões de segurança, uma vez que as forças policiais ficaram gravemente debilitadas. A Cáritas, e outras organizações, têm dependido da assistência prestada pelos soldados americanos e forças de manutenção da paz das Nações Unidas, particularmente no controlo das multidões nos locais de distribuição. Contudo, D. Dumas, mostrou-se preocupado com a possibilidade de militarização da ajuda: “temos esperança que a situação nas comunidades estabilize e que as organizações não governamentais possam receber e distribuir ajuda sem protecção militar”.
Concluiu dizendo: ”o sismo é uma oportunidade para unir as pessoas em vez de as dividir. As pessoas podem começar de novo e com uma nova visão. Com esta crise, temos a oportunidade de ver o bem em todos os seres humanos”.