Rui Marques, presidente do MEP, visita Cáritas Portuguesa
“Num esforço de auscultação das principais instituições da sociedade civil, tendo em vista o seu programa eleitoral para as Legislativas de 2011, Rui Marques, presidente do MEP pediu uma audiência à Cáritas Portuguesa, tendo sido recebido pelo seu presidente, Professor Eugénio Fonseca.
Na reunião de trabalho, o MEP pôde registar as enormes preocupações da Cáritas Portuguesa quanto à crise social e ao seu provável agravamento nos próximos meses. Tendo lançado há um ano um apelo para a constituição de um Plano de Emergência, Eugénio Fonseca destacou o impacto crescente do desemprego na vida das famílias portuguesas, que não tendo poupanças mínimas, ficam numa situação de carência absoluta de meios de subsistência. Dentro dos desempregados, a sua preocupação vai sobretudo para os jovens à procura de emprego e, ainda mais, para os desempregados de longa duração com mais de 45 anos, que têm muita dificuldade de regressar ao mercado de trabalho, passando a inactivos. O Presidente da Cáritas sublinhou que o Estado não esclareceu ainda o que pretende fazer face a estas situações, sendo sobretudo as instituições de solidariedade social que estão a fazer face a estas novas dificuldades.
Com uma referência negativa ao centralismo e à burocracia instalada neste sector, Eugénio Fonseca manifestou a importância que atribui a uma outra leitura das funções do Estado, com uma aposta consistente e real na subsidiariedade, com uma efectiva margem de actuação das instituições de proximidade, deixando para o Estado as funções essenciais de regulação, avaliação e fiscalização da aplicação de recursos públicos e da qualidade dos serviços prestados.
Como proposta relevante para a próxima legislatura, o presidente da Cáritas teve ocasião de apresentar a Rede Básica de Protecção Social que, numa perspectiva integrada, permita um apoio social abrangente.
O presidente do MEP teve a ocasião de manifestar todo o acolhimento aos contributos da Cáritas Portuguesa, recordando que na proposta política do Movimento a questão da coesão social – não deixar ninguém para trás – constitui uma prioridade que se acentuou no contexto actual.”