Viagem do Papa quer lançar movimento de solidariedade
O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, revelou hoje que o Papa levará “mensagens fortes” contra a pobreza e a desigualdade social ao Brasil, na sua próxima viagem apostólica. O direito à vida e o crescimento das seitas são outras das questões que irão marcar esta visita, com início marcado para o próximo dia 9 de Maio.
O Cardeal Bertone falava durante a inauguração de um curso sobre a Santa Sé e as estruturas da Igreja Católica, na Universidade Gregoriana, que será ministrado a jovens diplomatas provenientes de países muçulmanos do Mediterrâneo e do Médio Oriente.
Em conferência de imprensa, o Secretário de Estado do Vaticano explicou que a Igreja católica continua preocupada com os problemas da América Latina, sobretudo “a pobreza, as desigualdades, a violência e o êxodo dos católicos para outras seitas religiosas”.
Antes, em declarações à BBC Brasil, o Cardeal Bertone assegurou que o Papa quer “intervir para ajudar a resolver os problemas da América Latina”.
Bento XVI, lembrou, “demonstrou diversas vezes, com discursos e nos encontros com chefes de Estado, que conhece os problemas da África e da América Latina, e que deseja intervir para ajudar a resolvê-los”.
A preocupação com as questões da pobreza e da desigualdade social têm marcado as intervenções do Secretário de Estado do Vaticano, nos últimos dias. Numa entrevista conjunta à Rádio Vaticano/Folha de São Paulo, o Cardeal Bertone indicava que esta viagem papal seria uma oportunidade para “relançar um grande movimento de solidariedade, de promoção da justiça”.
A América Latina, assinalou, “está ferida por situações de grande dramaticidade”, apontando como exemplos a violência nas grandes metrópoles, as desigualdades sociais, o desemprego, as migrações ou a deterioração da educação.
Para o Cardeal Bertone, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, que será inaugurada por Bento XVI, devem ser consagradas duas grandes linhas de força: “a linha da atracção e unidade com Cristo e a linha operativa, de acção caritativa, social e também política”.