Encontro de Reflexão sobre a Emigração Portuguesa na Europa
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reconhece o papel das Instituições da Igreja e desafia consulados a saírem dos gabinetes
“É preciso responder à nova realidade da emigração portuguesa na Europa com solidariedade e articulação”. A afirmação é de José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, na abertura dos trabalhos do encontro de reflexão sobre a Emigração Portuguesa na Europa. O encontro que decorre até amanhã, 19 de Abril, em Lisboa, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, reúne os Coordenadores da Pastoral de Língua Portuguesa e os Presidentes das Caritas em alguns dos principais países de destino dos portugueses: Alemanha, França, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça.
Portugal vive uma nova realidade de emigração com novos problemas sociais e novos desafios. Uma realidade que José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, afirma não querer “esconder” deixando claro que ela “irá crescer com o aumento do desemprego em Portugal”.
As comunidades emigrantes portuguesas vivem hoje uma realidade diferente da vivida nos anos 60 ou 70. Entre as principais diferenças José Cesário identificou a falta de adaptação ao mercado de trabalho e a precariedade do trabalho temporário. Prevenir situações de emigração em redes de exploração, disponibilizando informação, sobre os principais cuidados a ter em conta no momento de partir para outro país e a cooperação com os principais sectores, nomeadamente, a construção civil. Estas foram estratégias deixadas neste encontro pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas que reconheceu a necessidade de abrir as portas dos consulados para o contacto directo com a população que servem. A “itinerância consular não é um drama”, afirmou José Cesário lembrando que é nas comunidades locais emigrantes que se descobre a verdadeira situação das famílias, “às vezes é preciso ir a uma festa para conhecer as pessoas”. Neste sentido José Cesário, reconheceu, a Igreja e as suas Instituições como o lugar onde, ainda hoje, as famílias se encontram e onde partilham as suas dificuldades.
Numa Europa que também está a despedir e a atravessar dificuldades económicas transversais a todos os países, os emigrantes portugueses vivem dificuldades que são resultado de uma dificuldade no controlo do fluxo de emigração e na preparação das famílias para essa decisão. Para além destes a burocracia e a dificuldade no domínio da língua de destino foram preocupações que os participantes apresentaram ao Secretário de Estado.
Os representantes das capelanias e Cáritas estarão reunidos até ao dia de amanhã pondo em comum a situação dos portugueses nos países de acolhimento e, principalmente, procurando encontrar estratégias de coordenação para que se encontrem formas concretas de melhor a qualidade de vida das comunidades portuguesas emigrantes na europa.