Cáritas Ajuda Moçambique
Ajuda às vítimas das cheias e do Ciclone Idai nas dioceses moçambicanas da Beira, Chimoio, Quelimane, Pemba
Nos dias 14 a 15 de março, o ciclone Idai atingiu, de forma severa, a região central de Moçambique. Segundo dados do Instituto Nacional de Calamidades de Moçambique, a 18 de abril, existiam 603 mortes registadas, mas estima-se que terão sido mais de 1 000 as vítimas mortais do Ciclone Idaí e, mais tarde, do Ciclone Kenneth.
As Regiões Central e Norte de Moçambique estavam já em situação de emergência desde 5 de março de 2019, devido às cheias e a Cáritas estava já no terreno em resposta as estas populações. A passagem dos dois ciclones veio agravar esta situação e para além das vítimas humanas, causou interrupções no fornecimento de energia, nas comunicações em grande escala e cortou as redes rodoviárias.
De uma forma geral estima-se que a taxa nacional de pobreza, nas áreas afetadas, esteja neste momento em 64%, podendo subir até aos 79%.
“Como não tínhamos nada, tudo o que recebemos foi muito relevante. Recebemos os kits de ferramentas para trabalhar e os kits de cozinha. Cada um deles foi realmente importante, mas o que nos falta agora é a casa. Mas agora que tenho as ferramentas para a agricultura e as sementes, posso começar a construir a minha vida e pensar no futuro dos meus filhos e da minha família. O futuro em que estou pensando inclui escolarização para meus filhos e uma casa para minha família. Eu adoraria ver meus filhos poderem ficar na escola. Continuarei a trabalhar com as ferramentas que me foram dadas para poder alimentar a minha família e garantir que o seu futuro seja brilhante. Fico feliz quando posso trabalhar e fazer as minhas atividades normais e posso cuidar da minha família. O milho que vêem crescer no campo foi plantado em abril com sementes que recebi das distribuições da Cáritas.”
Alexandre Uate, um dos muitos pequenos agricultores moçambicanos apoiados pela Cáritas na fase de emergência depois da passagem das cheias e dos Ciclones Idaí e Kenneth.
O que está a rede internacional Cáritas a fazer?
Na rede internacional Cáritas existem três mecanismos de apoio para resposta a emergências: apelo de resposta rápida (rapid response appeal), apelo de emergência (emergency appeal) e um apelo de crise prolongado (protracted crisis appeal). Estes apelos são enviados para toda a rede Cáritas pelo secretariado geral da Caritas Internationalis, a pedido da Cáritas nacional do país diretamente afetado. Desta forma todas as congéneres são informadas da situação vivida e podem expressar a sua solidariedade por meio de um apoio financeiro. A Cáritas Moçambicana ativou, na fase de emergência, os primeiros dois níveis: apelo de resposta rápida (rapid response appeal) e apelo de emergência (emergency appeal). Com um orçamento de 1,9 mil euros, a Cáritas, nas Dioceses da Beira (Sofala), Chimoio (Manica) e Quelimane (Zambezia), apoiou 27 500 pessoas.
Neste momento deu-se inicio à fase de reconstrução, até junho de 2020. A ação da Cáritas abrange quatro das províncias afetadas: Sofala, Manica, Zambézia e Cabo Delgado e terá um orçamento global de 2.317.112 euros.
O que é que a Cáritas Portuguesa está a fazer?
A Cáritas Portuguesa respondeu ao Apelo de Emergência lançado pela Cáritas Moçambicana. Logo nos primeiros dias com um donativo de 25 mil euros, do seu Fundo de Emergências Internacionais, que foi aplicado na distribuição de alimentos e água. Esta resposta da Cáritas Portuguesa inclui o apoio às vítimas das cheias e do ciclone, não esquecendo, assim, que a situação desta população era já de fragilidade e que a Cáritas estava já no terreno para lhe prestar apoio.
Atendendo à ação desenvolvida através da campanha “Cáritas Ajuda Moçambique” a participação da Cáritas Portuguesa neste projeto global será de 450 mil euros, num apoio que se estima que chegue a mais de 5 mil famílias, em três linhas de atuação: agricultura e meios de subsistência; água e saneamento; habitação.