Cáritas Lusófonas em Rede – Inovar para o Impacto
Iniciamos um caminho que é feito por nós, Cáritas de Angola, e queremos com ele mudar o rumo do nosso país enquanto serviço social da Igreja Católica.” Eusébio Nguengo, Diretor-Geral da Cáritas de Angola.
A Cáritas Portuguesa e Cáritas de Angola arrancaram, em Luanda, nos dias 6 a 8 de março, com o projeto “Cáritas Lusófonas em Rede – Inovar para o Impacto” que as colocam a partir de agora em estreita colaboração. Para a Cáritas de Angola há um objetivo claro “pelo menos para os próximos 20 anos”, sublinha Eusébio Nguengo lembrando que “Cáritas sou eu, somos nós e, por isso, cada um deve ser protagonista daquilo que vai acontecer. Um testemunho de um caminho que queremos percorrer juntos.”
“Cáritas Lusófonas em Rede – Inovar para o Impacto”, promovido pela Cáritas Portuguesa, é um contributo para melhorar a ação da Cáritas de Angola junto das populações mais vulneráveis, reforçando a organização da instituição e capacitando-a para a implementação das Normas de Gestão da Caritas Internationalis. Estas Normas enquadram-se numa metodologia de desenvolvimento institucional e de capacitação a ser implementada em Cáritas de todo o mundo.
“Aqui eu queria pedir duas coisas: a nós Cáritas de Angola, gostaria que todos tomássemos este caminho como caminho individual, aberto e franco e disponível; e à Cáritas Portuguesa que fosse fiel aquilo que nós estamos a viver.” O Diretor-Geral da Cáritas de Angola reforça desta forma a necessidade de se olhar para as realidades nacionais e compreender as suas particularidades: “Temos muitos problemas e que são problemas do Norte e do Sul. São de um que já está desenvolvido e outro ainda não. De um que já está a viver há muito tempo este trabalho que já vive há muito tempo os problemas e outro que ainda não sabe se está a começar ou não.”
Um alerta que para a Cáritas Portuguesa é assumido também como uma preocupação a ter em conta e a respeitar, explica Filipa Abecasis, responsável para Unidade Internacional da Cáritas Portuguesa, “a Cáritas de Angola é pioneira neste processo, ao nível das Cáritas Lusófonas, e isso revela uma grande coragem e uma grande vontade de melhorar e de ir mais longe na sua missão como Igreja ao serviço dos mais pobres. A Cáritas Portuguesa é um interlocutor e será, sempre, um instrumento que terão disponível para conseguir alcançar este objetivo de melhorar o seu trabalho quotidiano. Estamos aqui para ajudar e para trabalhar juntos.”
Filipa Abecasis acrescentou ainda que “este projeto surge de uma necessidade estratégica identificada por várias Cáritas Lusófonas e tem impacto no seu posicionamento e relevância do Fórum das Cáritas Lusófonas junto da rede internacional da Cáritas. É necessário trabalhar para uma maior capacitação, uma melhor coordenação, uma melhor resposta das Cáritas Lusófonas. Uma vez que a Cáritas Portuguesa iniciou também este processo de implementação das Normas de Gestão da Caritas Internationalis, consideramos que é o momento de partilhar as nossas aprendizagens e apoiar as restantes Cáritas neste processo.”
Este projeto está integrado numa estratégia de desenvolvimento mais alargada e que tem início na Caritas Internationalis. “o objetivo é que todas as Cáritas, de todo mundo, trabalhem de uma forma organizada para que possamos dizer com segurança que somos todos Cáritas e que todos trabalhamos de forma a cumprir a nossa missão”, sublinha Filipa Abecasis.
“Este reforço da relação surge também como resultado de uma escuta realizada às Cáritas Diocesanas e outros parceiros relevantes da Cáritas no início de 2016, em que procurámos avaliar a perceção e as expetativas relativamente à atuação internacional e ao papel da Cáritas Portuguesa no mundo e identificar possíveis prioridades em termos de países beneficiários e/ou temas e áreas de atuação, para uma maior concentração da estratégia.”
Para implementar o projeto em Angola a Cáritas Portuguesa conta também com a parceria, no terreno da FEC – Fundação Fé e Cooperação. Filipa Abecasis sublinha a importância desta relação de parceria: “a FEC conhece bem o terreno e conhece bem a realidade da Cáritas Angola e isso é muito importante para o sucesso deste processo porque implica estarmos todos de forma franca, a partilhar dificuldades de forma clara e disponível para melhorar.”
“Desde 2006 que a FEC tem com a Cáritas de Angola uma relação de grande proximidade alicerçada na confiança, no diálogo e num caminho feito juntos muito significativo. Este projeto, promovido pela Cáritas Portuguesa, é mais uma oportunidade de dar continuidade a este trabalho conjunto.” Susana Réfega, Diretora da FEC, acompanhou o início dos trabalhos, em Angola e apontou a importância de fazer “o bem, bem feito” para que a missão das organizações da Igreja Católica possa servir mais pessoas e ser transformadora da realidade.
“Este projeto pode parecer distante da realidade daquele que tem fome, daquele que não tem roupa, que está na prisão, mas não é. Ele serve para podermos fazer tudo isto, mas de uma forma estruturante e que permite que nós, enquanto organizações da Igreja na área social, possamos fazer um trabalho que ainda seja mais frutífero e que ainda tenha mais impacto na vida das pessoas.” Susana Réfega
“Cáritas Lusófonas em Rede – Inovar para o Impacto” começou em Angola e estará em execução nos próximos três anos. Na formação inicial, estiveram presentes as cinco Cáritas Arquidiocesanas de Lubango, Malange, Saurimo, Huambo e Luanda, bem como a Cáritas Diocesana de Sumbe, demonstrando a vontade da Cáritas de Angola de envolver todas as partes desde o início neste processo de capacitação.