Andar na rua e fazer a sua ação com a vida!
“Estou muito grato pela oportunidade que tive de visitar a Cáritas em Portugal e ao visitar a Cáritas eu visitei a Igreja! Eu não fui apenas conhecer projetos ou atividades, mas estive com comunidades de fé que estão a cumprir à sua missão que é, essencialmente, responder às necessidades dos mais pobres e vulneráveis.”
Depois de dias intensos de visita a Portugal, o cardeal Luis Antonio Tagle deixa Portugal com uma mensagem de alento, mas também de compromisso. Um compromisso que se realiza todos os dias nos seus diferentes níveis de intervenção com particular empenho junto das comunidades locais e, depois, ao nível nacional numa relação que deverá ser de animação: “A Cáritas deve andar na rua e fazer a sua ação com a vida e com um testemunho eficaz.”
O presidente da Caritas Internationalis dividiu em três os níveis de intervenção da Cáritas que, sublinhou, é o mesmo que dizer a intervenção da Igreja: “É importante tomar em conta o aspeto eclesial da missão da Cáritas, mas a missão eclesial da Igreja faz-se a vários níveis: o primeiro, a nível local, paroquial ou nas comunidades de base, uma realidade que existe muito, por exemplo nas Filipinas, onde há grupos pequenos de famílias, se juntam para refletir sobre a Palavra de Deus, oração comum e fazem também a caridade, a Cáritas! O segundo nível são as chamadas Vigararias e depois o, terceiro nível, as Dioceses, a nível nacional.”
A missão da Cáritas, a nível nacional, neste conjunto, é ser centro de animação e de comunhão de todas as Cáritas nestes vários níveis. “Eu quero encorajar a todos a ter na mente e no coração este aspeto eclesial e comunitário da Cáritas nestes vários níveis. Segundo a minha experiência em outras partes do mundo quando esta relação é frágil a missão da Cáritas sofre.”
À rede nacional da Cáritas em Portugal, Cardeal Tagle, sublinhou ainda uma mensagem focada na importância de se fazer um trabalho “bem feito”. Para além desta, outra questão sublinhada foi a importância de se fazer uma gestão dos recursos responsável e cuidada: “O nosso mundo está cheio de suspeição e falta de confiança nas pessoas e nas instituições. Para que possamos ajudar a humanidade a recuperar confiança em si própria e para uma melhor qualidade de serviços aos mais vulneráveis. Se os nossos recursos não forem bem geridos os pobres não serão bem servidos. É uma questão de fidelidade àqueles que servimos e à nossa missão.”
De regresso a Roma, onde irá acompanhar os trabalhos da Assembleia Geral da Caritas Internationalis, que reúne, de quatro em quatro anos, todos os membros da Confederação. “Eu vou ter muitas histórias de Portugal para contar aos outros membros da Confederação da Caritas Internationalis, assim como nos encontros que fui tendo aqui em Portugal tive oportunidade de partilhar algumas das experiências de outras Cáritas em outras partes do mundo. Eu vejo nestes encontros como a Confederação Cáritas é uma realidade viva. A mesma missão, em diferentes partes do mundo, com diferentes realidades e necessidades, mas sempre ligados uns aos outros.”