Aliança do Pensar e do Fazer
Testemunhos dos Parceiros da “Aliança”
A “Aliança do Pensar e do Fazer” da Editorial Cáritas é uma parceria a três: Cáritas Portuguesa, uma Cáritas Diocesana e uma Escola Superior. Estas são “alianças”, protocoladas que pressupõem o envolvimento ativo das diferentes partes.
Carlos Monteiro Marques, presidente da Cáritas Diocesana de Viseu e Elicídio Bilé, presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco dão o seu testemunho sobre o trabalho que é realizado em torno desta “Aliança”.
Carlos Monteiro Marques
Presidente da Direção da Cáritas Diocesana de Viseu
Editorial Cáritas (EC): A Cáritas Diocesana de Viseu, em parceria com a Editorial Cáritas, celebrou no dia 18 de maio de 2017, um Protocolo com o Instituto Politécnico de Viseu que previa a publicação e a atribuição de um prémio à melhor tese de mestrado da Escola Superior de Educação, tendo ocorrido a primeira edição do Prémio D. José Pedro da Silva no dia 10 de maio de 2018. Qual a importância que atribui a esta iniciativa denominada “Aliança do Pensar e do Fazer”?
Carlos Monteiro Marques (CMM): A assinatura do Protocolo foi o resultado do trabalho que em conjunto com a Editorial Cáritas vínhamos desenvolvendo há mais de um ano com a Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV).
Felizmente com a colaboração do atual responsável, Dr. João Paulo Balula, foi possível elencar as bases deste acordo e que se traduziu agora na primeira edição do Prémio.
Foram atingidos três grandes objetivos: divulgação de algumas obras editadas pela Editorial Cáritas proporcionando a possibilidade de refletir com os nossos técnicos, professores e alunos sobre importantes temas da atualidade; prestação de uma justa homenagem ao grande bispo de Viseu D. José Pedro da Silva; e implementação de uma crescente ligação da Cáritas à Cultura, tendo como parceiro um conceituado estabelecimento de ensino, a Escola Superior de Educação de Viseu.
EC: Que balanço faz do envolvimento da Cáritas Diocesana de Viseu, a que preside, no processo de candidatura à primeira edição do Prémio D. José Pedro da Silva?
CMM: No âmbito da primeira edição do “Prémio D. José Pedro da Silva” reconhecemos que, havendo porventura alguns pontos de aperfeiçoamento, foi muito gratificante ver como foi possível numa cerimónia tão rica e com tanto envolvimento humano, mostrar o verdadeiro significado de um dos nossos objetivos que foi aliar o saber ao agir.
Tivemos a felicidade de ter a conjugação de algumas realidades perfeitamente maravilhosas: a homenagem a um grande bispo de Viseu, que tive a felicidade de conhecer e que muito admirei; a qualidade do trabalho que editámos, realçando a simpatia da Drª. Ana Berta Alves e da sua família; e, por fim, a possibilidade de termos connosco o nosso muito querido D. Ilídio, que vai ficar na história da diocese de Viseu, como um dos seus maiores Prelados.
Com a humildade que todos lhe reconhecemos conseguiu em tão pouco tempo realizar a obra pastoral que decididamente irá contribuir para que a Igreja de Viseu, com o trabalho conjunto de leigos, presbíteros, diáconos e consagrados, seja a verdadeira Igreja que Jesus Cristo deseja para a diocese de Viseu.
Elicídio Bilé
Presidente da Direção da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco
Editorial Cáritas (EC): A Cáritas Diocesana de Portalegre‑Castelo Branco, em parceria com a Editorial Cáritas, estabeleceu um Protocolo com o Instituto Politécnico de Portalegre que previa a publicação e a atribuição de um prémio à melhor tese de mestrado da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre traduzindo‑se, no passado dia 05 de junho de 2018, na atribuição da primeira e segunda edições do Prémio João Serra Bonacho. Qual a importância que atribui a esta iniciativa, para este território, denominada «Aliança do Pensar e do Fazer»?
Elicídio Bilé (EB): Esta iniciativa tripartida entre a Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre e a Editorial Cáritas, ao instituir o “Prémio João Serra Bonacho” que contempla a melhor tese de mestrado na área social, tem um significado muito importante em quatro vertentes:
- Para a Cáritas, em Portugal, porque é uma oportunidade de apresentar uma outra dimensão da sua intervenção social, talvez menos conhecida, a preocupação com a investigação social, e a atualidade dos temas com os quais lida no dia a dia da sua missão, através da Editorial Cáritas.
- Para a Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, porque, no âmbito da sua missão, promove a unidade na ação das diversas comunidades paroquiais da Diocese, e fortalece a sua rede de comunicação, ação, formação e partilha. O trabalho desenvolvido pela Editorial Cáritas e a criação deste prémio, permite nos dotar as estruturas sociais, de um conjunto bibliográfico que valoriza todos os agentes da pastoral social diocesana, aproxima as parcerias instituídas e facilita a celebração de outras na prossecução do nobre objetivo, a promoção do bem comum.
- Para a Escola, porque é um incentivo aos alunos na construção das suas dissertações de mestrado, projeta e valoriza o trabalho académico e de investigação, prestigia os professores e orientadores das dissertações e enriquece a sua biblioteca com obras de investigação nas áreas social, da comunicação, da filosofia e da teologia, premiadas, da autoria dos seus alunos.
- Para a relação institucional entre a Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco e a ESESC do Instituto Politécnico de Portalegre, porque fortalece a relação institucional que existe em muitos contextos da vida da Escola e da Cáritas.
EC: Que balanço faz do envolvimento da Cáritas Diocesana de Portalegre ‑ Castelo Branco, a que preside, nesta Parceria, e que desejos manifesta em relação ao futuro da mesma?
EB: Esta parceria em torno de um projeto «aliança entre o Pensar e o Fazer», tem um significado especial traduzido no envolvimento entre Instituições de natureza diferente, mas com objetivos comuns: servir a comunidade dotandoa de meios atualizados para a sua própria promoção social e humana.
A entrega dos dois primeiros prémios referentes aos anos de 2016 e 2017, e o lançamento do prémio para o ano de 2018, tendo decorrido em ambiente académico, foi bastante participado.
A apresentação das duas dissertações, e as comunicações do Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Albano Silva, do Presidente da Cáritas Diocesana, Elicídio Bilé do Diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre, Fernando Rebola, e da Editorial Cáritas, Filipe Lopes, dignificaram as Instituições e motivaram os professores e os alunos.
A Cáritas Diocesana esteve muito empenhada na concretização e realização desta conferência, tendo nela participado muitos dos membros dos Corpos Sociais, colaboradores e voluntários.
Por tudo isto, é meu entendimento que o balanço foi muito positivo e motivador para prosseguirmos na dinamização desta parceria que esperamos poderá ser alargada a outras realizações. Da nossa parte, tudo faremos para a afirmação da Cáritas e da Igreja Diocesana na prossecução da sua finalidade, o Amor ao Pobre, a Caridade Cristã.
Testemunhos de Diretores de Escolas Superiores
Por sua vez, da parte das escolas de Ensino Superior, ouvimos a perspetiva de João Paulo Rodrigues Balula, Diretor da Escola Superior de Educação de Viseu; e de Fernando Rebola, Diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre.
Fernando Rebola, Diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre
Editorial Cáritas (EC): Enquanto diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre, como sentiu o envolvimento da Escola que dirige, nesta Parceria com a Editorial Cáritas e com a Cáritas Diocesana de Portalegre‑Castelo Branco, e nos processos de candidatura ao Prémio João Serra Bonacho?
Fernando Rebola (FR): A parceria estabelecida entre a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre (ESECS IPP), a Editorial Cáritas e a Cáritas Diocesana de Portalegre Castelo Branco, inclui todos os ingredientes para ser muito bem sucedida para as diferentes partes, porque através desta colaboração as instituições envolvidas convergem e harmonizam genuinamente as suas missões, concorrem para o seu cumprimento, todas ganham, porque têm um fim comum – uma melhor ação social e um desenvolvimento social mais humano e inclusivo!
Do ponto de vista da ESECS IPP, esta é uma parceria que muito acarinhamos e valorizamos porque é percebida como um extraordinário exemplo de articulação, cooperação e cumplicidade positiva entre instituições, no sentido de promover o conhecimento na ação, sobre a ação e para a ação social, e assim contribuir para que esta seja mais sensível, humana, informada, inclusiva e responsiva às necessidades dos mais fragilizados e socialmente carenciados. Acarinhamos e valorizamos esta parceria também porque visa premiar o mérito e promover a excelência do trabalho dos nossos estudantes, permitindo disseminar o que melhor fazemos no âmbito da investigação na área social, o que aproveita à academia, mas aproveita acima de tudo às organizações de cariz social, aos cuidadores e, em última instância, aos beneficiários. Este é, pois, um ciclo virtuoso que começa e termina no elemento essencial: os beneficiários da ação social!
Os processos de candidatura ao Prémio João Serra Bonacho relativos aos anos de 2016 e de 2017, para além do empenho da Direção da ESECS IPP, contaram ainda com a preciosa colaboração dos coordenadores dos cursos de mestrado da área social que integram a oferta formativa da nossa escola e com envolvimento dos orientadores dos estudantes que haviam defendido as suas dissertações, no sentido de os motivar a apresentar as suas candidaturas. Por seu lado, também os estudantes reconheceram a oportunidade de divulgar de forma mais abrangente os seus trabalhos de investigação e os respetivos resultados.
E, a avaliar pela qualidade dos dois livros que foram apresentados na conferência «A Aliança do Pensar e do Fazer», em resultado das dissertações de mestrado premiadas, penso que fomos muito bem sucedidos neste processo. Parabéns às autoras porque o mérito e sobretudo seu!
Editorial Cáritas (EC): Que mensagem gostaria de deixar aos alunos da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre nesta fase de Lançamento de uma nova edição do Prémio João Serra Bonacho?
FR: A matriz do ensino superior politécnico orientanos para o desenvolvimento de práticas de investigação aplicada. A área social não é diferente e, em particular, as dissertações de mestrado tendem a abordar problemas emergentes dos contextos da prática profissional e, portanto, importa que os resultados dos processos de investigação cheguem a esses contextos, porque é aí que terão o seu impacto mais relevante: inspirar os profissionais e as instituições a encontrar melhores soluções para os problemas com que se deparam e a proporcionar melhor ação social a quem dela necessita.
Esta transferência de conhecimento, para além do circunscrito âmbito académico, integra a nossa missão enquanto instituição de ensino superior e cada estudante que se envolve num processo de investigação deve assumir esta missão também como sua.
Nesta perspetiva, a primeira mensagem que gostaria de deixar aos estudantes nesta fase de lançamento do prémio João Serra Bonacho de 2018, é que este prémio constitui uma oportunidade única de difundir a investigação realizada no âmbito dos mestrados da área social da ESECS IPP e de partilhar de uma forma abrangente problemas, práticas e resultados que não importam só a quem os está a estudar, mas também a todos os profissionais e instituições que no âmbito das suas responsabilidades podem beneficiar com o trabalho realizado.
Neste sentido, a divulgação e a partilha da investigação tratase de um dever e de uma responsabilidade social do investigador que o Prémio João Serra Bonacho, através da Editorial Cáritas, ajuda a cumprir.
Depois de colocar em evidência a missão social do Prémio João Serra Bonacho, importa referir que este prémio constitui igualmente uma forma de reconhecimento da excelência e do mérito do trabalho realizado, o que é muito relevante para o percurso e valorização profissional dos premiados, constituindo ainda uma forma de dignificar e projetar os cursos de mestrado na área social e a própria escola.
João Paulo Rodrigues Balula, Diretor da Escola Superior de Educação de Viseu
Editorial Cáritas (EC): Enquanto diretor da Escola Superior de Educação de Viseu, Escola de referência neste território, como vê o papel da academia na sua relação com esta área geográfica e com as instituições sociais que nele existem?
João Paulo Rodrigues Balula (JPRB): A Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV) iniciou a sua atividade há 35 anos. Foi a primeira escola de Ensino Superior público a funcionar em Viseu e a primeira Escola Superior de Educação a iniciar a sua atividade em Portugal. Começou por formar educadores e professores para os primeiros anos de escolaridade.
Atualmente, a nossa oferta formativa integra Cursos de Pós-graduação, Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), Licenciaturas e Mestrados nas áreas da educação e da formação de professores, da intervenção social, do desporto, das artes plásticas e da performance cultural, da comunicação, multimédia e relações públicas. Este é o resultado de um esforço de adaptação contínua à procura e às necessidades da região de Viseu e do país.
Continuamos a ser desafiados para reforçarmos a nossa intervenção na investigação aplicada, em articulação com as instituições da região, de modo a reunir as condições para criarmos e colocarmos em funcionamento cursos de doutoramento em Viseu. O desafio é enorme, mas a região de Viseu merece e, por isso, não poupamos esforços.
EC: Que mais valias representa para a ESEV esta parceria com a Editorial Cáritas e com a Cáritas Diocesana Viseu e que passa por uma “aliança entre o pensar e o fazer”?
JPRB: Faz parte da nossa missão pensar, ensinar a pensar, construir conhecimento e valorizá-lo, de modo a que a sociedade possa beneficiar com o resultado do trabalho desenvolvido na ESEV.
A parceria que envolve a Editorial Cáritas, a Cáritas Diocesana de Viseu e a ESEV permite ir mais além: permite que o resultado da nossa atividade científica seja colocado à disposição da comunidade, mobilizando-a para a ação.
O reconhecimento público do valor do investimento feito pelos estudantes e pelos professores da ESEV na realização dos seus trabalhos de investigação motiva e ajuda todos os que, com afinco, procuram novas respostas para os desafios com que a sociedade se confronta diariamente.
A publicação, em livro, dos melhores destes trabalhos e a atribuição do Prémio D. José Pedro da Silva, uma personalidade que se destacou na diocese de Viseu pelo seu trabalho em favor dos mais desfavorecidos nos últimos 100 anos, é uma mais valia muito importante para a ESEV. A replicação dos trabalhos desenvolvidos pode contribuir para a disseminação de boas práticas.