Partido “Aliança” visita Cáritas Portuguesa
“Combate à Pobreza, Exclusão, Desigualdades e Habitação”
A direção da Cáritas Portuguesa recebeu ontem na sua sede o líder do partido Aliança, Pedro Santana Lopes e a vice-presidente, Rosário Águas. Um encontro que foi solicitado à Cáritas, no âmbito dos roteiros temáticos que o partido ALIANÇA se encontra a dinamizar e que durante esta semana tem como foco a temática “Combate à Pobreza, Exclusão, Desigualdades e Habitação”.
Eugénio Fonseca, presidente da direção da Cáritas Portuguesa, apresentou aquelas que considera serem, atualmente, as principais fragilidades da população portuguesa, evidenciadas no trabalho realizado junto da população, entre elas destaque para a escassez de rendimentos que é o “despertador” de outras dificuldades, nomeadamente, o acesso à habitação ou à saúde.
“Em 2018 a Cáritas Portuguesa atendeu, em todo o país, através da sua rede nacional, mais de 120 mil pessoas. Este número representa um decréscimo de cerca de 7 por centro em relação ao ano anterior o que pode ser um sinal positivo e de esperança neste trabalho de combate à pobreza”, explicou Eugénio Fonseca para acrescentar que, apesar disto, “não podemos ficar indiferentes ao facto de uma grande fatia destas pessoas se encontrar a viver situações mais persistentes e de mais difícil resolução”. Isto acontece, precisamente, devido à falta de rendimento em situações de emprego precário, baixos salários ou baixas pensões, no caso das pessoas reformadas. “As pessoas estão empregadas ou têm alguma fonte de rendimento, mas que vivem situações de empobrecimento. Isto é uma situação dramática no nosso país. Vivem angustiadas porque o dinheiro, efetivamente, não chega para fazer frente às suas necessidades ou dos seus filhos. “O caso da habitação é um exemplo flagrante”, sublinhou Eugénio Fonseca, “mas é igualmente preocupante olhar para o acesso à saúde, nomeadamente, no que diz respeito ao acesso às chamadas ajudas técnicas”. Eugénio Fonseca apresentou, nesta área, o apoio que a Cáritas presta através do programa “Prioridade às Crianças” que tem como objetivo ajudar as famílias na aquisição de equipamentos médicos, colocação de próteses ou aquisição de medicação específica.
Para além do apoio à população portuguesa em situação de fragilidade económica, a Cáritas tem prestado particular atenção aos fluxos migratórios a nível nacional e internacional, acompanhando as suas principais implicações. Neste contexto foi apresentado o estudo “Casa Comum – Migrações e Desenvolvimento em Portugal”, desenvolvido no âmbito do projeto “MIND” que integra um conjunto de 11 Cáritas Europeias, incluindo a Cáritas Portuguesa. Com esta publicação, a Cáritas quer consciencializar os líderes políticos e o público em geral para o impacto positivo das migrações em Portugal e para a relação das migrações com os objetivos de desenvolvimento sustentável. “Neste conjunto de países envolvidos no projeto ficou muito evidente que Portugal tem uma legislação muito amigável para os migrantes, mas aquilo que se vê na prática é que há muitos entraves que poderiam ser evitados havendo, por exemplo, uma maior proximidade e diálogo entre os próprios serviços públicos”, afirmou Eugénio Fonseca.
Uma maior aposta na coesão social foi o desafio que a Cáritas deixou ao líder do partido Aliança que registou e deixou expressa a sua própria preocupação por todas elas.