O que fizeste do teu irmão?
O QUE FIZESTE DO TEU IRMÃO?
“Penso, todavia, que chamar a atenção dos estudiosos, dos políticos e do comum dos cidadãos, sobretudo das gerações mais novas, para a natureza interdependente daquelas áreas, valores e problemas humanos e sociais poderá constituir um contributo para os que se encontram ou vierem para este campo complexo e urgente de reflexão e intervenção, mais atual e necessário nesta segunda década do século XXI do que quando iniciei a minha vida profissional, em meados dos anos sessenta do século XX.” (Alfredo Bruto da Costa, o que fizeste do teu irmão?)
A Cáritas Portuguesa assinalou hoje o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza com a apresentação pública da obra póstuma “O que fizeste do teu irmão? – Um olhar de fé sobre a pobreza no mundo” de Alfredo Bruto da Costa. O evento decorreu na Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia, em Lisboa, com presença da sua família e de vários amigos, entre eles Guilherme de Oliveira Martins que apresentou a obra e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa que destacou a urgência desta obra e a figura de Alfredo Bruto da Costa como um “profeta da atualidade”.
Esta é uma obra póstuma que recorda a vida de Alfredo Bruto da Costa, enquanto entusiasta estudioso e lutador pelo direito à dignidade humana, e mantem vivo o seu pensamento.
“Desafiados pelo Fórum Abel Varzim e pela própria família este livro honra Alfredo Bruto da Costa, mas, nas suas próprias palavras, é um contributo para uma verdadeira leitura da pobreza e das suas causas”, explica Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa.
Com prefácios de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas e do Cardeal José Tolentino de Mendonça, esta obra deixa questões que comprometem individualmente cada cidadão, mas, também, como coletivo social e político.
“Entendo que a desigualdade, a pobreza e o desrespeito pelos direitos humanos, quer entre os países quer no interior das sociedades, é eticamente inaceitável. Todavia, por razões de interesse, ideológicas, culturais ou outras, muitos consideram que o status quo é aceitável, inevitável, se não desejável. É contra esse conformismo, determinístico ou egoísta que este livro procura ser um grito de protesto, de procura de discernimento e de proposta. Quer isto dizer que se trata de um texto político. Não no sentido político-partidário, mas no de que os problemas analisados requerem intervenção política para que possam ser resolvidos ou, pelo menos, substancialmente minorados dentro de prazos aceitáveis, como se impõe.” (Alfredo Bruto da Costa, o que fizeste do teu irmão?)