Moçambique: 3 anos depois
Em janeiro de 2020, no âmbito do Mecanismo de Financiamento criado pelo Governo Português, através do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, foram selecionados 5 consórcios liderados por ONGD Portuguesas com ação em Moçambique para prestar apoio às populações mais afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth, que atingiram severamente este país entre março e abril de 2019.
Os cinco projetos que apoiaram a recuperação e reconstrução das províncias moçambicanas mais afetadas e demonstram o compromisso e a força da resposta de Portugal, nomeadamente do governo português, do setor privado e da sociedade civil a esta causa, que permitiu um financiamento de 1,9 milhões de euros.
Abrangendo as áreas de segurança alimentar, educação e saúde nos distritos do Dondo, Nhamatanda, Beira, Sussundenga e Montepuez, pertencentes às províncias de Sofala, Manica e Cabo Delgado, beneficiaram um total de aproximadamente 676 mil pessoas.
A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, recebe no próximo dia 6 de dezembro de 2022, das 10H às 12H, o evneto “Juntos em Moçambique: O papel das ONGD Portuguesas na Reconstrução Pós-Ciclones”, o momento para partilhar os resultados do trabalho realizado.
Também porque esta conjugação de esforços e vontades do setor público e privado é essencial para a atuação das ONG, pretende-se que este seja um evento com capacidade de olhar para o presente e para o futuro desta colaboração. Como tal, será apresentada uma mesa-redonda subordinada a “Empresas e ONGD: Parceiros para o Desenvolvimento”, onde se pretende refletir sobre o papel e a articulação entre as ONG e as empresas nas áreas da emergência humanitária e da cooperação para o desenvolvimento. Moderação de Paula Borges, jornalista RTP África.
Projeto “Apoio à recuperação do setor agrícola como forma de contribuir para a segurança alimentar das populações mais afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth”
Apoiou mais de 32.000 pessoas nas províncias de Sofala e Cabo Delgado.
Implementado pela Oikos em parceria com a ADPM, Cáritas Portuguesa, Cáritas Moçambicana e Luarte, garantiu a segurança alimentar e nutricional de 6.500 famílias e 44 Organizações de Produtores, que recuperaram e melhoraram a sua produção agrícola e desenvolveram novas atividades de geração de rendimento.
Todos os resultados propostos foram superados: reposição e expansão de 3 hectares de área de cultivo; mais de 3.600 produtores formados em técnicas de cultivo, colheita e pós-colheita, liderança e comercialização; construção de celeiros comunitários resistentes para armazenamento; criação e fortalecimento de 44 grupos comunitários de poupança e crédito rotativo. Centenas de famílias melhoraram os seus rendimentos recebendo recursos e formação para abrirem novos negócios como a produção e comércio de frutas ou mel, ou a criação de frangos e galinhas.
A sensibilização para a prevenção e preparação de catástrofes foi também fundamental, feita através de formação em redução de risco, teatro participativo comunitário e programas radiofónicos. As escolas e as comunidades abrangentes do projeto estão agora informadas e preparadas para futuros desastres naturais, minimizando impactos tão graves como os sentidos com os ciclones IDAI e KENNETH.