Não haverá vencedores nesta guerra
“Não haverá vencedores nesta guerra. Cada grito de dor é um grito por solidariedade.” Aloysius John, Secretary General of Caritas Internationalis
Hoje é o dia 6 desta guerra. Cada dia traz algo novo, algo diferente. Ainda esta manhã houve um bombardeamento que atingiu infraestruturas civis e um centro de acolhimento nosso parceiro foi atingido, felizmente conseguimos que todos estivessem em segurança.” Tatiana Stawnychy, presidente da Cáritas Ucrânia.
A Cáritas tem duas respostas nacionais na Ucrânia: a Cáritas Ucrânia (Igreja Greco-Romana), e a Cáritas SPES (Igreja Católica). Ambas estiveram hoje numa conferência de imprensa promovida pela Caritas Internationalis onde puderam partilhar com a confederação Cáritas, mas também com um conjunto alargado de jornalistas internacionais, aquilo que está a acontecer na Ucrânia e qual a resposta da Cáritas.
A prioridade neste momento é apoiar os milhares de deslocados internos e os que estão em transito para os países fronteiriços. “Estamos a falar essencialmente de mulheres e crianças que estão muito assutados”. A Cáritas Ucrânia tem 25 centro de acolhimento que estão agora a providenciar alimentação quente, água e abrigo. Também o apoio psicológico é um dos trabalhos que a Cáritas Ucrânia está a fazer e é um trabalho que irá fazer nos próximos anos porque os “impactos desta guerra vão prolongar-se muito para além da sua duração” afirma Tatiana Stawnychy. Estamos também atentos àquilo que se está a passar nas fronteiras e nesse sentido temos procurado manter equipas de voluntários a distribuir alimentação e bebidas quentes.
Garantir o abrigo seguro a crianças e mães tem sido também uma preocupação para a Caritas-Spes. “A guerra faz chorar tanto adultos como crianças. As feridas desta guerra nunca irão sarar. Para além da destruição material que poderá ser reconstruída ao longo dos anos, a dor e o medo que as pessoas estão a experimentar vai demorar muito mais tempo recuperar.” O desabafo do Pe. Vyacheslav Grynevych, diretor da Cáritas SPES. Neste momento a Cáritas SPES está a colher cerca de 200 pessoas em abrigos seguros e o trabalho é feito de dia e de noite. O trabalho com crianças desprotegidas é uma das áreas de intervenção da Cáritas SPES que tem ao seu cuidado 22 pequenas casas de acolhimento, em todo o país, e está a garantir o transporte em segurança das crianças dos seus centros e dos centros do estado. Entre estes centros está um hospital para mulheres grávidas, recém-nascidos e crianças. A Ucrânia é um dos países do mundo com mais crianças institucionalizadas. Apesar de quase 82% das crianças que vivem nas instituições do Estado terem pais, neste momento, o próprio Estado – focado nas questões de segurança – não tem ninguém que assegure a sua proteção e procura a Cáritas para esse apoio. “Neste trabalho são muitas as dificuldades que se enfrentam e a Cáritas procura responder da melhor forma possível face às circunstâncias e ao sobressaltos constantes.”
Para sustentar o trabalho das duas organizações Cáritas ucranianas, a Caritas Internationalis abriu um apelo de emergência, que permitirá ajudar cerca de 13.000 pessoas em diferentes partes do país e especialmente em áreas críticas como Kramatorsk, Rubizhne, Zaporizhya, Volnovakha , Mariupol, Kharkiv, Dnipro, Kiev, Zhytomyr, Odesa, Ivano-Frankivk.
A Cáritas Portuguesa faz parte das organizações que estão a apoiar este trabalho, através deste apelo de emergência e todos o que queriam apoiar o trabalho da Cáritas Ucrânia poderá fazê-lo através do seu donativo.