“É preciso deixar os jovens fazer, errar e avançar”
João Barreiro, do projeto «Explica-me» da Cáritas Jovem de Leiria, fala da importância diz de os jovens terem espaços de criatividade e ação nas estruturas da Igreja e em organizações como a Cáritas. A participação juvenil na ação social da Igreja foi tema do episódio #4 no podcast “Amor que Transforma”, onde João partilha a experiência da sua participação na Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima e onde foi também convidado D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana. Com a Jornada Mundial da Juventude já em pano de fundo esta conversa deixa evidente que não há um “eles e nós” quando se fala da participação dos jovens na Igreja, pelo contrário há uma vontade grande de envolvimento para todos.
João Barreiro partilha o quanto foi importante para a sua adesão ao projeto da Cáritas “experimentar e entender, desde cedo no percurso no Corpo Nacional de Escutas, que o ser Igreja implicava um compromisso social”. Através do projeto «Explica-me» que junta voluntários e famílias identificadas pela Cáritas, promovendo o acompanhamento das crianças que necessitam de reforço no apoio ao estudo. “Não queremos que este projeto seja apenas um centro de explicações”, sublinha João Barreiro lembrando que a identidade Cáritas faz com que este projeto seja mais do que levar os jovens a obter resultados académicos positivos, “mas que haja uma relação entre o jovem e o explicador. Só criando relação e espírito de comunidade se consegue avançar.”
D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal Pastoral Social e Mobilidade Humana, sublinha a importância de projetos como este que se vão multiplicando pela rede Cáritas e que mostram que a Igreja não pode ter “medo de trabalhar com os jovens”. “Não fica bem aos adultos na Igreja que tenham medo da participação dos jovens. Espero que esta experiência de Leiria seja motivadora para a Cáritas em Portugal: que seja uma possibilidade em aberto que possam ter um núcleo juvenil onde o jovem tenha autonomia e protagonismo. Porque se eu o chamar para ele fazer o que eu quero, não serve”, traduz.
Para isto é necessário “cuidar da identidade da Cáritas como organização” propondo uma “espiritualidade da ação” ao invés do que chama “assistencialismo cuja ação se esgota em si mesmo e desaparece”, reconhecendo ainda que o trabalho é valorizado com a experiência dos mais velhos e a inovação dos mais novos.
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