Três anos de guerra na Ucrânia
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Cáritas pede apoio contínuo a nível humanitário e na reconstrução
À medida que a guerra na Ucrânia entra no seu quarto ano, a rede internacional Cáritas continua na linha da frente, prestando ajuda a milhões de ucranianos afetados pelo conflito quer no interior do país onde lidam diariamente com os efeitos da guerra, procurando encontrar oportunidades para a reconstrução das suas vidas e a trabalhar para a autossuficiência. Neste contexto a rede Cáritas apela a um apoio contínuo para evitar que a catástrofe humanitária se agrave ainda mais.
Em 2025, continuamos a viver no meio da maior guerra na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Este conflito teve um impacto severo na infraestrutura civil da Ucrânia, forçando milhões de pessoas a abandonar as suas casas e a interromper as suas vidas. Segundo o governo ucraniano, cerca de 3,6 milhões de pessoas encontram-se deslocadas internamente, enquanto a ONU estima que 12,7 milhões de ucranianos – quase um terço da população – precisarão de assistência este ano.
A Cáritas Ucrânia e a Cáritas-Spes Ucrânia, as duas organizações da Cáritas no país, já prestaram apoio a mais de 4 milhões de pessoas desde o início da invasão pela Rússia, em 2022. Continuam incansavelmente a fornecer assistência urgente, incluindo abrigo, alimentação, água e saneamento, bem como apoio jurídico, médico e psicossocial. Estão também envolvidas em iniciativas de recuperação e desenvolvimento, ajudando as pessoas a regressar ao mercado de trabalho, a tornarem-se autossuficientes e a reforçar o apoio comunitário.
“O nosso objetivo é ajudar as pessoas afetadas pela guerra a ultrapassar a crise e a tornarem-se novamente ativas do ponto de vista económico e social, reduzindo ao máximo a sua dependência da ajuda humanitária”, explica Tetiana Stawnychy, presidente da Caritas Ucrânia. “As pessoas que perderam as suas casas, a sua saúde, os seus meios de subsistência e as suas comunidades podem recuperar. No entanto, para dar início à recuperação num cenário de destruição tão vasta, necessitam de apoio adicional em habitação, cuidados psicossociais, emprego, educação e saúde.”
Um apelo a um apoio contínuo
Embora a necessidade de uma resposta humanitária continue a aumentar, o financiamento internacional está a diminuir, o que levanta sérias preocupações quanto ao apoio sustentado às pessoas afetadas pela guerra, especialmente aos grupos mais vulneráveis, como pessoas com deficiência, idosos e famílias de baixos rendimentos.
“Enquanto a guerra continua a devastar vidas, os ucranianos estão determinados a reconstruir, a curar e a prosperar”, enfatiza Padre Vyacheslav Grynevych, diretor executivo da Caritas-Spes Ucrânia. “Mas é difícil enfrentarmos isto sozinhos. Temos receio de ser esquecidos nas sombras da guerra, por isso apelamos à comunidade internacional para que continue a apoiar a Ucrânia. Juntos, podemos trabalhar para reconstruir e alcançar a paz.”
Além disso, é fundamental adotar financiamentos flexíveis e de longo prazo para organizações como a Cáritas, que estão profundamente enraizadas nas comunidades locais. Três anos após o início da invasão em larga escala, a capacidade e experiência das organizações locais e nacionais para liderar a resposta humanitária estão bem estabelecidas. Assim, os doadores devem reforçar a resposta humanitária na Ucrânia, permitindo que os agentes locais assumam um papel central no planeamento, implementação e monitorização dos programas.
A Caritas continua comprometida em fomentar esperança e resiliência para os milhões de ucranianos impactados por esta crise prolongada. Contudo, o apoio contínuo da comunidade internacional é essencial para construir um futuro melhor para a Ucrânia e para toda a Europa.
Em Portugal a Cáritas continua a acompanhar e a canalizar ajuda para as duas Cáritas nacionais. Pode saber tudo sobre a nossa intervenção na resposta à guerra na Ucrânia e como ajudar em www.caritas.pt/ucrania