Fórum das Cáritas Lusófonas
São Tomé e Príncipe foi este ano o país que recebeu o Fórum das Cáritas Lusófonas, entre os dias 9 e 12 de setembro, sob o lema “Cáritas Lusófonas: Pelo Respeito à Vida e à Dignidade Humana”. Este é um encontro que se realiza a cada dois anos desde o ano 2000 e que tem servido para definir estratégias e prioridades, discutir os desafios comuns e trabalhar planos de resposta. Surgiu também para fomentar a solidariedade e cooperação fraterna entre as Cáritas dos países de linga oficial portuguesa. Este ano marcaram presença as Cáritas de Portugal, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, para além da Caritas anfitriã, São Tomé e Príncipe.
Durante a sessão de abertura, esteve presente Carlos Vila Nova, Presidente da República de São Tomé e Príncipe, que relembrou os tempos desafiantes em que vivemos, com a vida em constante ameaça por fatores extrínsecos. O Presidente da República reforçou ainda que é nestes momentos que o papel da Cáritas se torna essencial e indispensável, com uma resposta alinhada à dignidade da vida humana. O Padre Telmo Serôdio, Vigário-Geral da Diocese de São Tomé e Príncipe, destacou também a importância da colaboração entre Cáritas e diferentes atores da sociedade, de modo a garantir uma resposta adequada às problemáticas enfrentadas pela população.
As alterações climáticas, a insegurança alimentar, as migrações e o voluntariado foram as principais temáticas trabalhadas no Fórum. Apesar disto, outros temas foram abordados, nomeadamente, o abuso e exploração sexual, a saúde natural, o desenvolvimento comunitário, a água e saneamento, entre outros. Atendendo à identidade Cáritas, e ao facto de 2025 ser ano de Jubileu, o tema a ser debatido foi precisamente a “Nossa Identidade enquanto igreja, o caminho sinodal e o ano Jubilar”. Neste painel, que contou com o testemunho de Irmã Lydia Gonzalez, diretora da Cáritas de Angola, e do Frei Ademário Delgado, foi reforçada a necessidade de agirmos em união e de fazemos uma caminhada conjunta.
O Fórum provou novamente ser um espaço privilegiado de partilha entre Cáritas e de escuta ativa entre membros da sociedade civil: não só foram partilhados testemunhos das diferentes Caritas Lusófonas, como também de especialistas nas diversas áreas, desde as alterações climáticas à hidrologia.
Para o encerramento dos trabalhos os participantes, divididos em grupos, discutiram compromissos a serem assumidos no futuro e temáticas a tratar na próxima edição:
- Aprofundamento do tema “Água, desertificação da terra e saneamento do meio” e educação ambiental;
- Migração (acolhimento a migrantes, incluindo refugiados e requerentes de asilo), e relacionar com tráfico humano e exploração e abuso sexual;
- Diálogo inter-religioso;
Durante a deslocação a São Tomé, foi ainda possível visitar outros projetos locais como a Casa dos Pequeninos e o projeto financiado pelo Fundo Lusófono Laudato Si.