2018: Um ano de trabalho em perspectiva
Está já disponível para consulta o Relatório de Atividades e Contas da Cáritas Portuguesa do ano 2018.
Com muita naturalidade a Cáritas abriu os braços, os ouvidos e, sobretudo, o coração aos jovens durante o ano de 2018. Seguindo o mote lançado pelo Papa Francisco, foi com carinho e inquietação que a rede nacional e internacional procurou integrar os jovens na sua ação e reflexão. O tema da juventude, na ação da Cáritas, tomou a agenda da Conferência Regional da Cáritas Europa onde estiveram presentes dois elementos da Cáritas Jovem, uma experiência que está a acontecer na Diocese de Leiria-Fátima, com a coordenação da respetiva Cáritas diocesana. Na sequência desta participação, a Cáritas Portuguesa sentiu maior impulso para perceber como podem os jovens participar, assumindo que são eles um dos garantes da ação da Cáritas hoje e amanhã. Os diferentes contextos mundiais e europeus a nível político, social e eclesial, motivaram esta preocupação e, por isso, a Cáritas Portuguesa tem, a partir de agora, um membro da sua direção que passa a ser a pessoa de referência para os jovens na rede Cáritas.
Pelo lugar especial que os jovens ocupam na ação, tendo em conta os desafios que enfrentam em Portugal e na Europa, foram também os jovens que estiveram no cerne do relatório europeu Caritas Cares Country Report, com o tema “Os jovens na Europa precisam de um futuro!”. Este relatório, coordenado pela Cáritas Europa, contou com a participação de países, que apresentaram recomendações entendidas como necessárias à governança política para que se quebre o ciclo de pobreza que está a condicionar o futuro dos jovens. Salários baixos e condições de trabalho precárias; a educação desadequada ou de pouca qualidade; custos de habitação incomportáveis são fatores determinantes apontados pela Cáritas como condicionantes na vida dos jovens portugueses.
Na continuidade das orientações dos anos anteriores, neste que foi o primeiro ano de mandato da atual direção, manteve-se o cumprimento do primordial objetivo de criar grupos paroquiais de pastoral social e a capacitação dos seus agentes, prosseguindo assim, o Programa “+Próximo” e intensificando a reflexão e avaliação crítica do mesmo. Esta avaliação teve em vista diagnosticar, refletir, escutar e estruturar orientações para a ação futura.
Na área da comunicação, ficou concluído o processo de renovação das páginas de Internet de todas as Cáritas diocesanas. Destaque também para as ações de formação que a rede nacional Cáritas desenvolveu, em parceria com a Cáritas Espanhola, com o objetivo de capacitar os seus colaboradores em comunicação de modo a ser mais explicita na transmissão do seu pensamento e ação, levando-os mais longe com a utilização, para isso, dos meios mais apropriados em cada circunstância.
No ano de 2018, a rede nacional Cáritas registou mais de 120 mil atendimentos. Estes são dados, que apesar de refletirem esta atividade apenas a nível das Cáritas diocesanas, representam uma leitura da sociedade portuguesa que continua a desafiar a ação da Cáritas em Portugal, orientada sempre por critérios de esperança num futuro melhor que impelem a manter o desenvolvimento de novas e melhores estratégias de combate à pobreza e à exclusão social.
O ano de 2018 teve início com o arranque de dois novos projetos na atuação internacional regista-se no início deste ano de 2018 o arranque de dois novos projetos: Cáritas Lusófonas em Rede: Inovar para o Impacto”e MIND – Migrações, Interligação e Desenvolvimento. O primeiro tem como meta a implementação de Normas de Gestão criadas pela Caritas Internationalis, através da capacitação das equipas da Cáritas de Angola. A aposta nesta Cáritas tem como objetivo o melhoramento da qualidade, eficácia e eficiência na resposta a dar às populações mais vulneráveis da sociedade angolana. Face aos desafios que a mesma enfrenta a nível político, económico e social. O segundo projeto visa criar oportunidades para o diálogo e encontro entre as pessoas, para que tenham um melhor entendimento do fenómeno migratório que o mundo vive, de maneira a que se alterem narrativas estereotipadas e se procure encarar estas transformações e as migrações sejam encaradas com critérios humanistas de respeito pela dignidade de cada ser humano independentemente da sua origem.
Depois de feita esta retrospetiva sobre a ação da Cáritas Portuguesa, fica o sentimento de que há, todos os dias, novos desafios a abraçar e novas realidades a pedir a intervenção da Cáritas. A Cáritas aceita estes desafios com a confiança de quem cumpre a sua missão, não de forma isolada, mas solidificada na relação de grande proximidade com a Conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, com as Cáritas diocesanas e outros organismos eclesiais, bem como, todas as instituições que procurem a construção do bem comum.
Porque sempre tem sido assim, também o trabalho deste ano não seria possível sem o contributo ativo de muitas instituições parceiras e de todos os doadores que confiam e que abraçam connosco as mesmas causas e desenham formas de as enfrentar e de lhes dar visibilidade. Para todos fica a nossa gratidão e o compromisso de continuarmos a trilhar os mesmos caminhos e a descobrir novos.
Uma referência final obrigatória a todos os que são os principais protagonistas da nossa ação a nível nacional e internacional. São todos os que se encontram em situação de fragilidade e impelem o nosso empenho diário na procura do seu bem-estar e da defesa da sua dignidade.