O que é?
O Observatório Cáritas é uma estrutura consultiva da Cáritas que assume o papel de ler a realidade social, avaliar os programas em curso, prosseguir o trabalho editorial, elaborar estudos e fortalecer a relação com a academia. O seu trabalho abrange o Observatório da Pobreza e da Fraternidade, a Editorial Cáritas, a relação com a Academia e a produção de Estudos.
Áreas que compõem o Observatório Cáritas?
Observatório da Pobreza e da Fraternidade
Dentro das suas atribuições, compete ao Observatório da Pobreza e da Fraternidade, (OPF) a leitura da realidade, a recolha de informação, a produção de pareceres, a análise das hipóteses de solução e a construção de recomendações às diferentes tutelas do estado, para a implementação de políticas públicas ou junto de outros intervenientes.
Editorial
- Promove o desenvolvimento de um Pensamento Social potenciador de transformação social, através da edição de livros, cujas temáticas se enquadrem no trabalho desenvolvido pela Rede Cáritas, a nível nacional e internacional;
- Estabelece parcerias entre a Cáritas Portuguesa, as Cáritas Diocesanas e os estabelecimentos de ensino superior, localizados em cada uma das dioceses, com vista à publicação em livro da melhor tese de mestrado nas áreas sociais, no âmbito do projeto “A aliança do Pensar e do Fazer”;
- Promove e organiza sessões de lançamento e apresentação de livros;
- Coordena e realiza todo o processo de produção dos livros até ao envio para impressão.
Saber mais: https://caritas.pt/editorialcaritas/
Academia
- Coordena o estabelecimento de parcerias/protocolos/acordos com vista à produção de conteúdos científicos relativos às áreas de intervenção da Rede Cáritas, bem como promove a colaboração com diversas instituições de ensino para estágios, programas de voluntariado, etc.
Estudos
- Realiza estudos sobre a realidade da Rede Cáritas Nacional:
- Promove e acompanha a participação das Cáritas Diocesanas na recolha de dados para estudos de rede cáritas a nível internacional ou de outras organizações parceiras;
- Colabora e/ou participa em estudos promovidos.
Estudos
Podcast "As Crianças no Direito"
A Cáritas Portuguesa, no âmbito do Observatório Para a Pobreza e Fraternidade e a Cátedra do UNCRC Policy Center, atribuída à Nova School of Law, dão início a um novo projeto na área da comunicação com o lançamento de uma série de 12 episódios do novo podcast “A Criança no Direito” sobre temas diversos relacionados com o Direito das Crianças, a partir de uma perspetiva jurídica, mas com uma abordagem transversal e multidisciplinar dos principais temas relacionados com os desafios e riscos suscitados nesta área do Direito.
Análise dos dados de atendimento
A observação dos dados disponíveis de 2020 relativos apenas aos atendimentos de pessoas que foram comunicados pelas Cáritas Diocesanas (cerca de 122.300) permite concluir que houve um aumento significativo relativamente a 2019 (mais quase 21.000 atendimentos), o que, naturalmente, teve a ver com a pandemia de Covid-19, a partir de março. Prova dessa situação foi o significativo aumento do primeiro para o segundo trimestre (mais de 26 %).
Por outro lado, comparando a evolução dos dados relativamente aos anos anteriores, constata-se que o número de atendimentos em 2020 é cerca de 20,6 % superior ao de 2019, contrariando a tendência de descida que se vinha verificando desde 2016.
Concluindo, e tendo presentes as limitações dos referidos dados, foi evidente o aumento da procura de ajuda junto dos locais de atendimento da Igreja Católica de que foram recebidos dados, consequência inevitável do período de grandes dificuldades que muitas famílias atravessaram, reflexo da situação de crise sanitária que se viveu.
Com os dados disponíveis, que correspondem a um universo ainda considerado limitado de locais de atendimento, contabilizaram-se 101.462 registos em 2019, o que representa uma redução de cerca de 16 % relativamente ao ano anterior. Tal evolução confirma a tendência de descida que se observa desde 2015, provavelmente em resultado do crescimento económico e da consequente melhoria das condições de vida dos últimos anos.
Em termos evolutivos, os valores entre 2013 e 2019 são apresentados no quadro abaixo:
Percentualmente, a evolução dos valores dos atendimentos no mesmo período foi a seguinte:
Pode constatar-se que os atendimentos de pessoas comunicados pelas Cáritas Diocesanas em 2019 sofreram uma redução de 16,2 % relativamente ao ano anterior. Esta evolução está em linha com a tendência de descida observada desde 2015, com a exceção de 2017, provavelmente pelas razões referidas anteriormente (auxílio às vítimas dos incêndios).
Estes valores admitem a conclusão de que a procura das pessoas aos locais de atendimento a que os dados disponíveis dizem respeito tem vindo progressivamente a diminuir nos últimos anos, acentuando-se até de 2018 para 2019. Renova-se que, em nossa opinião, é muito possível que esta tendência de descida possa ser consequência do crescimento económico que se tem verificado nos últimos anos, que trouxe, designadamente, uma significativa redução do desemprego e a consequente melhoria das condições de vida de muitos dos portugueses que anteriormente tiveram que recorrer a auxílio nos locais de atendimento em apreço na
presente análise.
Esta tendência de diminuição não pode ser motivo para abrandamento do esforço no sentido da erradicação da pobreza em Portugal, até porque os valores apresentados são ainda muito elevados.
Análise de atendimentos do ano 2018
Tendo em consideração os quadros apresentados, e sempre com as reservas que têm vindo a ser referidas, verifica-se que os atendimentos de Pessoas comunicados pelas CD para o ano de 2018 sofreram uma redução de 12,7 % relativamente ao ano anterior. Este valor está em linha com a tendência de descida verificada a partir de 2015, sendo mais acentuada em 2016 e em 2018, permitindo concluir que, de uma maneira geral, o nível de procura de pessoas aos locais de atendimento objeto desta análise tem vindo a diminuir nos últimos anos.
Porém, esta percentagem de descida tão acentuada poderá estar relacionada com a quase constância dos valores de 2016 para 2017, uma vez que, como referimos na análise dos dados do ano transato, essa evolução poderá ter sido consequência do aumento do auxílio prestado às vítimas dos incêndios neste último ano. Deste modo, poderá aceitar-se que, se não tivesse ocorrido a calamidade dos incêndios verificada em 2017, talvez a diminuição do valor dos atendimentos comunicados fosse bastante mais regular.
Uma possível justificação para esta tendência de descida da procura de pessoas aos locais de atendimento poderá residir no abrandamento da crise económica, com a consequente redução da taxa de desemprego e a melhoria das condições de vida dos portugueses.
Reflexões temáticas
HABITAÇÃO
RENDIMENTO
SOLIDARIEDADES
POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL
1º CADERNO SOCIOPOLITICO
Intervenção Social
Insensibilidade Social
Acácio Catarino
Insensibilidade Social (estruturante)
Acácio Catarino
Plano de Recuperação. Primeira Abordagem.
Acácio Catarino
Plano de Recuperação. Sector Social.
Acácio Catarino